
Da janela de seu quarto, um jovem via o tumulto que se encontrava naquele cinzento e chuvoso dia... Parecia que os boatos eram apenas boatos para aquele jovem, pois seu olhar era de total desprezo.
- Patético! - Disse o rapaz.
- O que é patético, jovem senhor?! - Disse um empregado, parecia ser um mordomo.
- Essas pessoas... Como podem?! Acreditar em uma besteira tão grande! Não sabem a verdadeira essência da luta! Fracos!
- Nem todos são como o senhor...
O rapaz apenas olhava a aglomeração das pessoas: mulheres, homens, crianças e velhos... Haviam chamado a guarda de Prontera para ajudar na confusão formada pela população. Daquela casa, ouve-se o gritar de um nome... O jovem rapaz atende, era a janta sendo posta.
No andar de baixo, tinha uma luxuosa e requintada mesa de jantar, nela, estava um casal: um senhor, de mesclados cabelos castanhos e grisalhos, com um volumoso bigode de mesma tonalidade, tinha por volta de 50~60 anos, parecia ser monarca ou um grande burguês, trajava um manto azulado, como um roupão, porém de grande nobreza; e a senhora, uma dama refinada, de longos e cacheados cabelos dourados como o fio de ouro, trajava um vestido de tons claros e muita jóia e era bem mais jovial que seu esposo, não lhe dava mais que 40 anos. Ambos sentados, esperando o rapaz que estava no andar superior... E este, apareceu no recinto, com a mesma cara cerrada de sempre.
- Estou aqui minha mãe... O que quer!?
- Ah filho... - Disse a mulher com um semblante de felicidade. - Apenas sente-se... Vamos jantar... Pedi para a criada fazer sua comida preferida!
- Muito obrigado... Mas... - Disse o Rapaz.
- Tudo bem filho... - Disse a mãe.
- Tudo bem nada!! Garoto! Não gosto dessa cara! O que está acontecendo!? - Diz o pai enfurecido. - Faz dias que você está neste... Nesta... Com essas expressões e desgostos!
- Nada, meu pai! É apenas as patéticas pessoas que estão se amontoando nos portos! Pessoas ridículas...
- Mas por que pensas assim meu filho?! - Pergunta o pai. - Esses bando de pobres coitados...
- Não gosto disto... Acho falta de dignidade... Eles não sabem enfrentar as coisas! Não tem espírito de luta...
Após as falas do filho, o casal parecia se calar... O senhor que estava de pé, ajeitou-se novamente na confortável cadeira, a senhora, apenas confortava seu marido e olhava para o filho.
- Meu amor... Vamos lá... Coma um pouco... - E fitava o filho com um singelo sorriso.
- Humph... - Apenas fez o rapaz, que também se ajeitava na cadeira à frente do prato.
Alguns minutos se passaram no mais profundo silêncio. Ao fundo, ouvia-se o som da chuva batendo nos vidros, o som dos relâmpagos e bem ao fundo, no fundo mesmo, os gritos das pessoas. O rapaz, que parecia concentrado cortando um bife, abriu a boca... Do nada...
- Estava pensando em mediante a isso, meu pai... Quero fazer um clã...
O pai, ao ouvir, engasgou-se... Jogou o guardanapo à mesa e levantou-se em fúria...
- Nada disso!! - Bufava. -Filho meu não vai a guerra!!
O rapaz olhava o pai com uma expressão "não te entendo". Achando que o pai estava se enganando ou apenas querendo irritar o genitor, ele também levantou e foi encará-lo.
- Sim meu pai! Farei um clã! O senhor vai ver!! E revolucionarei esta terra de ninguém!! E saberão que, um boato é apenas um boato, para que não fiquem como patéticos e perfeitos idiotas arriscando inutilmente a própria vida para nada!!
- Cale-se!! Já para o quarto!
E o rapaz foi... Tão revoltado quanto o pai, subiu as escadas com passos firmes e batendo violentamente a porta do quarto. Os pais se encontravam inconsoláveis... A mãe abanava o esposo que parecia estar tendo um ataque cardíaco.
- Só espero que não siga o mesmo caminho que o meu....

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